Se fosse verdade
Se fosse verdade.
Suany Anjos
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Raquel era uma mulher de trinta e cinco anos, professora e solteira. Sua vida era uma correria às sextas. Estava procurando a chave de casa quando ouviu um estranho chamá-la pelo nome. Ela esquecera a carteira no caixa do supermercado. Seu nome era Tiago, mas percebeu a aliança em sua mão esquerda. Era casado.
Passaram três anos e Raquel está falando com sua mãe no celular quando é quase atropelada.O motorista foi até ela para verificar se tinha se machucado. Pediu desculpas a ele por estar distraída. Ele segurou em suas mãos e a reação de Raquel foi de puxar sua mão. Não era acostumada a carinhos, toques e sentimentalismo, ainda mais de um estranho. Se despediram e Raquel seguiu seu caminho sem olhar para trás. Amor e romance não eram sua especialidade.
Em casa, Raquel está satisfeita por ter acabado de corrigir todas as provas. Pulou da cadeira quando a campainha tocou. Ficou assustada quando viu o homem que quase a atropelara em sua porta. Teria ele a seguido? Ele explica que sabia onde ela morava faziam três anos. Seria um psicopata? O rapaz sorri e diz que foi ele quem devolvera sua carteira. Conta que sua esposa morreu e gostaria de convidá-la para jantar.
Raquel cultivava tragédias amorosas invejáveis e nos cinco últimos anos de abstinência para o coração e física foi o melhor remédio. Estava feliz assim.
Será que valeria a pena arriscar novamente?
Só posso adiantar que adoro finais imprevisíveis.
Curioso? Leia para ter sua opinião.